Hospitais geralmente são procurados por pessoas em situação de vulnerabilidade e a credibilidade que o paciente tem na instituição é o fator de maior importância para a escolha da instituição.
Ainda que muitas pessoas pensem que o maior problema ao transitar por um hospital esteja relacionado às contaminações por doenças e agentes infecciosos, este é apenas um dos riscos.
Como veremos mais adiante, o ambiente hospitalar possui inúmeras outras ameaças à segurança de pacientes, funcionários e visitantes.
Em um hospital de grande porte chegam a circular uma média de 6 a 8 mil pessoas por dia, e a gestão deve estar preparada para lidar com as mais adversas situações.
Quando falamos em segurança patrimonial, o Brasil ainda engatinha quando comparado aos países mais desenvolvidos e nos hospitais este déficit não é diferente.
Você sabe se o hospital que trabalha ou se consulta é realmente um ambiente seguro?
Quais os riscos de um hospital?
O Manual de Segurança Hospitalar da Anvisa define como riscos no ambiente hospitalar:
- Consideram-se agentes físicos, dentre outros: ruídos, vibrações, temperaturas anormais, pressões anormais, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, iluminação e umidade.
- Consideram-se agentes químicos, dentre outros: névoas, neblinas, poeiras, fumaça, gases e vapores.
- Consideram-se agentes biológicos, dentre outros: bactérias, fungos, “rickettsia”, helmintos, protozoários e vírus.
- Consideram-se, ainda, como riscos ambientais, para efeito das Normas Regulamentadoras da Portaria 3.214, os agentes mecânicos e outras condições de insegurança existentes nos locais de trabalho capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador.
Ameaças e vulnerabilidades em hospitais
Com os mais variados tipos de riscos, a gestão de segurança hospitalar precisa realizar um planejamento específico para cada uma dessas situações.
É um trabalho árduo, que poucas instituições estão dispostas a fazer.
Segundo dados de uma pesquisa realizada na Unisul, o Brasil ainda está atrasado neste quesito.
Além das alas de pacientes, os hospitais possuem outros espaços em comum, como as salas administrativas, cozinha, casas de máquina e depósitos, por exemplo. Isso significa que a necessidade de monitoramento 24 horas não é apenas para as áreas de maior circulação.
Hospitais não estão inertes de sofrerem roubos de bens e documentos.
Além disso, as áreas mais isoladas podem ser alvo fácil para execução de crimes contra a integridade física entre pacientes e funcionários.
As farmácias estocam medicamentos de valor elevado, sendo mira também para furtos de terceiros ou mesmo de funcionários.
Um acontecimento como algum dos citados acima pode degradar a imagem do hospital e repercutir de maneira muito negativa na imprensa.
Já que necessariamente se trata de lugar onde as pessoas precisam sentir segurança, não apenas nos serviços prestados, mas também em toda a estrutura.
Outros exemplos práticos de situações que podem acontecer em hospitais:
- Sequestro de recém-nascidos
- Apagamento de ficha – assassinatos encomendados de pessoas ligadas ao crime
- Epidemias e Vírus
- Descarte inadequado de materiais
- Brigas e agressões
- Evasão de pacientes
- Tentativas de suicídio
- Segurança de dados e segurança cibernética
- Roubos e furtos
- Falhas elétricas, hidráulicas ou em equipamentos que podem causar a morte de pacientes
O que pode ser feito
Manter a segurança em um ambiente hospitalar é desafiador porque além dos treinamentos com os funcionários, sendo eles da equipe de segurança, ou não, é preciso fazer os pacientes e os visitantes entenderem a importância das normas e dos procedimentos.
O Plano de Contingência de uma instituição como hospital deve possuir diversas vertentes para situações que vão desde de uma catástrofe ambiental até uma invasão criminosa.
Será necessária a união dos recursos materiais e humanos para boa execução de qualquer um desses planos.
Central de Segurança
Segundo o Manual de Segurança de Clínicas e Hospitais, de Ladércio Soares (2005), é importante que a gestão estruture uma central que ficará responsável por monitorar todas as áreas do hospital.
As medidas pertinentes a uma boa gestão de segurança, segundo a obra, devem ser:
- Monitoramento eletrônico de todas as áreas e dependências da clínica ou hospital, através de alarmes, sensores e circuito fechado de TV.
- Controle das tubulações de água, ar condicionado, centrais de energia elétrica e elevadores.
- Central de Alarmes de furto, assaltos, incêndios e outras emergências.
- Central de radiocomunicação, envolvendo o pessoal de segurança e todas as áreas do Hospital.
- Linhas exclusivas de telefone, independente da central telefônica e de telefonistas.
- Burocracia da gerência de Segurança.
Controle de acesso
Cada vez mais as tecnologias têm impulsionado a modernização de ferramentas de segurança.
Sistemas de controle de acesso estão sendo muito beneficiados com a aplicação de novas tecnologias como informatização dos dados, aplicação de reconhecimento facial, cadastro de digitais e cartões de acesso mais inteligentes.
Todos esses recursos reforçam a segurança em lugares privativos e sensíveis como os hospitais.
Como vimos, a circulação de pessoas nesses ambientes é bastante alta e ter um controle sobre quem entra e quem sai é uma maneira eficiente de diminuir os riscos.
Plano de Contingência e Treinamento de Equipe
As instituições de saúde precisam trabalhar para assegurar um ambiente funcional e seguro para equipe, pacientes e visitantes.
Para isto, todos os aspectos devem ser considerados, desde a estrutura física e equipamentos, até às questões administrativas.
Visto os inúmeros riscos que o ambiente hospitalar está exposto, a gestão deve gerenciar e mitigar as ameaças para criar planos de prevenção, elevando o nível de segurança.
O Gerenciamento de Crise efetivo inclui planejamento multidisciplinar, educação e monitoramento.
Todos os profissionais do hospital devem ser treinados, cientes das medidas de segurança, instalações e situações de emergência.
Instruí-los como monitorar e amenizar qualquer situação de risco que possa vir a acontecer. Bem como reportar o mais rápido possível os responsáveis.
Aplicar alguns critérios de desempenho para medir a eficiência desses treinamentos ajuda a identificar falhas e reforçar a Cultura de Segurança no hospital.