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Risk Map 2020 – Control Risks

Risk Map 2020 - Control Risks

por Tiago Duran

Na última segunda-feira, dia 17/02/2020, aconteceu o café da manhã de lançamento do Risk Map 2020.


O evento foi realizado no Centro Brasileiro Britânico, em Pinheiros, e contou com os palestrantes:

  • Charles Hecker – sócio Control Risks
  • Geert Aalbers – sócio Control Risks
  • Thomaz Favaro – diretor Control Risks

As apresentações abordaram os principais riscos políticos, de ética e compliance e de segurança para empresas, ao redor do mundo.

Charles Hecker iniciou as palestras passando um “overview” sobre os Top 5 riscos globais

1. Geopolítica e a campanha presidencial nos EUA.

Entre os pontos abordados, destaco os seguintes:

  • EUA x Irã: as ameaças não diminuíram e o risco de uma guerra cibernética aumenta, tendo em conta a superioridade armamentista americana;
  • EUA x Coréia do Norte: o ano de 2020 tende a ser mais ameno quando falamos da relação entre esses dois países, dada a disputa eleitoral americana e as consequências negativas que eventuais ações podem trazer para essa corrida;
  • EUA x China: a disputa econômica tende a se acirrar durante o ano, com as duas maiores economias do mundo brigando por parceiros, taxas e imposições.

2. A sociedade ativista

  • Segundo a análise da Control Risks, há uma tendência dos protestos, que hoje miram os governos, se virarem contra as companhias.
  • O engajamento popular junto aos temas atuais está ganhando poder, e as empresas que não se mostrarem engajadas podem ser alvo de protestos. Esses protestos extrapolam as ruas e podem chegar por vários canais diferentes, como investidores se recusando a levar seu dinheiro para companhias que não estejam apoiando alguma causa, exemplo, estratégia para neutralizar a emissão de carbono.

3. A ameaça cyber atinge um outro nível

  • Os analistas entendem que as industrias estão cada vez mais com seus processos conectados à internet. Isso, mais o grande avanço da IoT (Internet of Things) aumenta o risco de ataques cibernéticos que podem indisponibilizar processos ou serviços essenciais para as companhias e população em geral.
  • Além disso, como citado no primeiro risco, as guerras cibernéticas entre países e instituições devem se acirrar.

4. Ansiedade econômica e fragilidade política

  • De acordo com as palavras do palestrante, os países com estruturas políticas frágeis e economia turbulenta vão enfrentar uma enorme pressão em 2020.
  • O risco de uma recessão global aumenta, quando esses países se mostram em um limite onde qualquer evento inesperado pode impactá-los gravemente.
  • Citando o exemplo da atual epidemia de coronavírus, o palestrante mostrou o tamanho do impacto econômico e a forma como grandes eventos como esse pode mergulhar a economia mundial em uma recessão.

5. Líderes sem estratégia

  • Segundo o material apresentado, o mundo hoje apresenta uma diversidade de riscos enorme, e a necessidade de se montar estratégias para lidar com eles é essencial.
  • Citando o exemplo das mídias sociais, engajamento + ativismo popular e ameaças cibernéticas, o palestrante ilustrou de maneira clara a necessidade de os líderes apresentarem estratégias para riscos aos quais não se achavam ameaçados.

Após uma pausa para o networking, o palestrante Thomaz Favaro veio falar sobre os riscos para América Latina.

Os Top 5 riscos para a América Latina são, segundo Thomaz Favaro:

1. Aumento da produção de cocaína:

  • Tendo a sua produção localizada em apenas três países da América do Sul, Colômbia, Bolívia e Peru, e com políticas de combate enfraquecidas, em 2020 deve ocorrer um “boom” da produção dessa droga, segundo as análises feitas pela Control Risks;
  • Esse aumento da produção ascende o alerta nas instituições de segurança e financeiras da região, pois os grupos organizados que comandam esse comércio tendem a ficar mais poderosos, bem como aumenta a necessidade de se lavar o dinheiro oriundo do tráfico.

2. Ativismo e protestos

  • De acordo com o palestrante, esse risco já é evidente em toda a região, tendo começado com o Brasil, em 2013, e hoje, mais contundentes no Chile, Peru e Colômbia.
  • Para o Brasil, a polarização política afastou a população das ruas, mas a análise indica manter a atenção para as movimentações das categorias de caminhoneiros e servidores públicos;
  • No Chile, os protestos devem voltar a ganhar força a partir de março.

3. Corrupção

  • A análise apresentada indica a política frágil da região como um dos ingredientes que mantém a corrupção ativa;
  • O palestrante Thomaz Favaro indicou também que os esforços que alguns países estão fazendo para combater esse tipo de crime estão avançando e já apresentam alguns resultados positivos;
  • A tendência é que mais países adotem essas medidas de combate e punição.

4. Economia

  • Alguns países da região em adotados medidas pró mercados, buscando melhorar o desempenho, porém os resultados demoram ou até mesmo não aparecem devido a falta de apoio desses governos junto aos poderes legislativos. A polarização política está impactando a evolução deste tema;
  • Outro ponto destacado no material é a quantidade de dívida dos governos anteriores que os atuais têm que lidar. Para dar conta de arcar com esses compromissos, os governos devem tomar medidas impopulares, que podem afetar ainda mais a estabilidade política da região.

5. Disputa EUA x China

  • As análises da Control Risks indicam que a disputa entre os dois gigantes deve impactar diretamente alguns processos na América Latina.
  • O exemplo citado foi o leilão da banda 5G, onde os EUA querem limitar a participação da China, porém os países latino americanos não devem ceder a essa pressão, pois possuem bom relacionamento com o país oriental, além da China ser o principal parceiro comercial da região.

As palestras se encerraram com uma breve análise sobre o cenário brasileiro, indicando a briga do governo para realizar as reformas pendentes de 2019 e um cenário positivo para as privatizações.

O sócio da Control Risks, Geert Aalbers, finalizou com uma breve apresentação do material que deve ser lançado em junho desse ano.

Trata-se do “Capacity to Combat Corruption (CCC) Index”, uma nova ferramenta que avalia a capacidade dos países latino-americanos de descobrir, punir e impedir a corrupção. Um material muito interessante, com uma visão diferente sobre esse tema. Mais informações estão no link abaixo:

https://www.americasquarterly.org/content/capacity-combat-corruption-index

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