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A COP-27 (Conferência da ONU sobre a Crise Climática) e os muitos desafios do Brasil perante o tema

Aconteceu no Egito, em Sharm El-Sheikh, a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27). Trata-se de um evento do qual participaram cerca de 198 países e 35.000 pessoas, dentre elas líderes mundiais, especialistas científicos, membros da sociedade civil e representantes da ONU, para identificar soluções e ações de combate à crise climática e outros problemas ligados ao Meio Ambiente.

Esta edição, em especial, foi marcada por um momento mundial bastante desafiador: além das mudanças climáticas, enfrentamos conflitos entre países, crise econômica global, recuperação da pandemia da COVID-19, perda significativa da biodiversidade e muito mais. Em meio a estes desafios, a Presidência da COP do Egito teve como objetivo avançar no progresso da mitigação, adaptação, financiamento e colaboração internacional.

Segundo a análise do Radar ESG, publicação da agência IPPN, o Brasil tem alguns números assustadores e desafios bastante substanciais, com relação à nossa biodiversidade:

  • Aumento do desmatamento na Amazônia, sendo que setembro foi o pior mês, com 1.454 km² de destruição do bioma (48% a mais do que o mesmo período do ano passado);
  • Aumento também das queimadas na Amazônia, com mais de 41 mil focos na floresta;
  • Avanço da fronteira agrícola e consequente perda – junto com o desmatamento dos biomas – de aproximadamente 513 mil km² de áreas nativas em 20 anos, sendo que mais de 23 mil km² foram desmatados só nos últimos 2 anos apurados (2019 e 2020);
  • Redução de chuvas e clima mais quente no Pantanal, fatores que ameaçam a Natureza e o modo de vida da população local. Dentre as causas, estão o desmatamento na Amazônia, a construção de barragens que retêm a água que fluiria para a planície e o uso dos rios como hidrovias;
  • No Cerrado, um crescimento de áreas sem informação fundiária, que concentram 45% da área desmatada em agosto e setembro. Em 2022, o desmatamento atingiu 617 mil hectares;
  • Caatinga perdeu mais de 10% da vegetação nativa nos últimos 37 anos e aumentou em mais de 300% as áreas de pastagens, o que o condecora como o estado nordestino que mais perdeu vegetação.

Toda essa devastação vivenciada no País, além de aumentar a emissão de gases e a temperatura do planeta e reduzir as florestas que absorvem carbono, também trouxe significativos impactos financeiros: de 2019 a 2022, gerou um prejuízo de R$ 1,18 trilhão para o mundo, o que corresponde a 12,3% do PIB nacional.

Outras publicações renomadas também corroboram com esses dados: relatórios internacionais de mapeamento de riscos apontaram os problemas ambientais como os primeiros dos rankings. No The Global Risks Report 2022, 4 dos 5 principais riscos são relacionados ao meio ambiente: “Falha na Ação Climática”, “Clima Extremo”, “Perda de Biodiversidade” e “Crises de Subsistência”. Já no ICM Annual crisis report 2021, o item “Catástrofes” encabeça a lista.

MAS TAMBÉM HÁ MUITAS NOTÍCIAS POSITIVAS:

Ao longo da última semana foram abordados, na COP-27, temas muito relevantes para a superação dos desafios ambientais brasileiros, como: integração do Brasil ao mercado de créditos de carbono, o futuro verde da mobilidade urbana, o Projeto Escolas +Verdes, a transição energética, a descarbonização da indústria e a relação entre agroindústria e meio ambiente. A pauta abrangeu também energia solar, etanol e hidrogênio verde, destacou a força da nossa matriz energética e elétrica baseadas em fontes renováveis e ratificou o enorme potencial do nosso país no campo das eólicas offshore.

Segundo o secretário do Ministério do Meio Ambiente,

“essa primeira semana demonstrou que o Brasil é um país que dispõe de recursos naturais em abundância e que tem um potencial enorme e cada vez maior de ser uma grande potência agroambiental e um grande fornecedor de energia limpa para o mundo. Temos que seguir fortes na produção de alimentos, diminuindo a pegada e a necessidade de terras, com as práticas da moderna agricultura”.

Outras notícias divulgadas recentemente na mídia confirmam que importantes passos estão sendo dados em direção à preservação do meio ambiente e contribuem para o fortalecimento desse sentimento de esperança:

  • Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), as emissões globais de carbono oriundas de combustíveis fósseis devem crescer menos de 1%, este ano. Isso representa 300 milhões de toneladas de CO2, muito abaixo dos 2 bilhões de toneladas emitidos em 2021, e é resultado especialmente da expansão do uso de energias renováveis e de veículos elétricos;
  • De acordo com o Observatório do Clima, o Brasil pode reduzir suas emissões de metano em 36% até 2030, em relação aos níveis de 2020, apenas ampliando políticas e medidas já existentes na agropecuária, no setor de energia, no saneamento e no controle do desmatamento. Hoje somos o 5º maior emissor do gás, no mundo;
  • O Supremo Tribunal Federal também decidiu reativar o Fundo Amazônia, criado com o objetivo de financiar programas que preservem a floresta e fomentem seu desenvolvimento sustentável. Recentemente, a Noruega anunciou que apoiará financeiramente o Brasil, nas ações contra o desmatamento;
  • Na próxima terça-feira (15), o Brasil lançará na COP 27 a Agenda Brasil + Sustentável, um documento que consolida mais de 800 ações governamentais realizadas no País nos últimos quatro anos, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que visam acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e amparar os trabalhos em curso, para que possamos atingir a Agenda 2030.

AS GRANDES E NECESSÁRIAS ALIADAS

Sabe-se que as indústrias são as principais causadoras do efeito estufa artificial, que tem um impacto direto no aquecimento da temperatura global. A principal razão é o lançamento de gases tóxicos na atmosfera, com a utilização de petróleo, gás e carvão.

No quadro abaixo, fica perceptível o aumento na temperatura climática, principalmente depois da evolução industrial:

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É por isso que atuação do setor industrial e privado é indispensável! É preciso investir consideravelmente na conscientização, tecnologia, pesquisas e adequações de formas de produção, de forma a contribuir com o poder público na transição para a economia de baixo carbono e de energias renováveis e no combate às mudanças climáticas, de forma a preservar o planeta e a nossa espécie.

Essa é uma crise que já está em andamento. Agora, precisamos urgentemente dispender o máximo de empenho na mitigação e diminuição dos impactos.

Nossos filhos e netos agradecem!

Por Sarah Miranda

Especialista de Comunicação da Cosafe LATAM

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