No curto prazo, os principais riscos do mundo estão relacionados principalmente a questões econômicas. E no longo prazo, as maiores possibilidades de crises referem-se ao meio ambiente.
É isso o que nos evidencia o Global Risks Report 2023, recém-divulgado pelo World Economic Forum. O famoso ranking, que mostra os principais riscos globais nos próximos 2 e nos próximos 10 anos, traz alertas importantes, do ponto de vista social, ambiental, tecnológico e geopolítico.
“Crise no custo de vida” é o item que encabeça a lista dos desafios dos próximos meses. Principalmente por conta do cenário pós-pandêmico e dos reflexos da guerra europeia, o período será marcado por uma intensa “deterioração das perspectivas económicas, desaceleração prolongada e endividamento em escala global”. Nos próximos 2 anos, governos e bancos centrais enfrentarão também grandes pressões inflacionistas, que refletirão no cotidiano das pessoas.
Além desses aspectos econômicos, as ameaças também girarão em torno de crises energéticas, alimentares e de segurança. Ou seja, as perspectivas não são animadoras, já que todo esse cenário impactará em recessões, sociedades mal-informadas e polarizadas, interrupção nas ações contra a crise climática e um provável conflito geoeconômico.
Já a longo prazo, os itens que encabeçam a lista são a falha na mitigação e adaptação das alterações climáticas, as catástrofes naturais, a perda de biodiversidade e a degradação ambiental, sendo que esses 2 últimos serão os itens que acontecerão com mais celeridade, durante a próxima década.
Mas existem caminhos para diminuir esses impactos. John Scott, responsável do departamento de risco de sustentabilidade do grupo Zurich Insurance e também colaborador na elaboração do relatório, sinaliza alguns: “Sem mudanças políticas ou investimentos significativos, esta mistura acelerará o colapso dos ecossistemas, ameaçará o abastecimento alimentar, amplificará os impactos das catástrofes naturais e limitará os progressos na mitigação das alterações climáticas”.
Já Saadia Zahidi, diretor executivo do World Economic Forum, também anuncia: “a cooperação é o único caminho a seguir.”
Especialistas também reforçam: “a menos que o mundo comece a cooperar mais eficazmente na mitigação e adaptação das alterações climáticas, nos próximos dez anos assistiremos ao aquecimento global contínuo e à degradação ambiental.”
Crises sempre acontecerão, afinal é impossível prever todas as variáveis. Mas com esse guia, podemos desenhar planos de mitigação dos riscos e nos preparar para os itens que foram indicados.
Há, portanto, um longo e árduo caminho a ser percorrido. A primeira coisa a ser feita, é deixar de fechar os olhos para o que vem acontecendo (e se avolumando) e que os dados exibem de forma indubitável.
Falar sobre esses temas – seja dentro das nossas casas ou em ambientes com poderes de tomada de decisão – é o primeiro passo para o estabelecimento de ações responsáveis e mudanças significativas e sedimentadas.
Ultimamente, estamos assistindo muitas iniciativas nos campos acadêmico-científico, corporativo, governamental, etc. Diversas corporações estão se envolvendo genuinamente com o tema, revendo seus processos e ciclos produtivos e preocupando-se com a geração de gases, resíduos e o impacto no ecossistema. E outras já estão nascendo dentro dos conceitos da economia limpa ou com soluções que contribuem para a sua aplicação (ecotechs, por exemplo).
Para sobrevivência da nossa espécie, do planeta e da nossa sociedade, é fundamental usarmos este robusto mapeamento para construirmos alternativas viáveis, com consciência, planejamento, compromisso e trabalho conjunto. E o mais importante: começarmos agora!
Por Sarah Miranda
Especialista de Comunicação da Cosafe LATAM